Plataforma cultural do Estadão une blog, podcasts e acervo de textos clássicos

'Estado da Arte' inaugura site reunindo todo o conteúdo produzido por seus colaboradores e entrevistados

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Por André Cáceres
Atualização:

O jornalismo cultural, o debate de ideias e a divulgação da produção acadêmica ganharam um valioso espaço na internet com o novo site do Estado da Arte. Capitaneado por Eduardo Wolf e Marcelo Consentino, o projeto consiste em uma plataforma cultural que investe na abordagem multimidiática para discutir arte, filosofia, política, religião e temas de relevância social e cultural inquestionável. 

Marcelo Consentino (esq.), e Eduardo Wolf (dir.), filósofos e editores do blog 'Estado da Arte' Foto: Werther Santana/Estadão

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Desde setembro de 2016, o Estado da Arte já existe na internet como um dos blogs do site do Estado, onde também é hospedado como um podcast cultural, mas agora suas atividades estarão também concentradas em um endereço próprio, com mais autonomia para destacar programas e textos publicados em suas plataformas. 

“Não se deve rebaixar ou vulgarizar o padrão da conversa cultural em nome de alcançar um público maior”, afirma Wolf, cuja formação em filosofia grega clássica não impede de falar em termos simples e defender uma produção intelectual livre de tecnicismos. “A universidade ficou viciada em tratar dos temas com hermetismo, excesso de jargões e citações”, lamenta ele, que faz uma ressalva: “Isso não quer dizer que a universidade brasileira não tenha uma excelente produção”. 

É justamente para lançar luz sobre esse tipo de trabalho acadêmico que Wolf e Consentino criaram o Estado da Arte, com o intuito de provocar discussões abalizadas sem restringir o público a acadêmicos. 

O projeto do Estado da Arte, agora patrocinado pela CPFL, se espraia em três frentes principais que dialogam entre si: um blog, um podcast e um acervo de textos clássicos. O Estado da Arte – O Cânone em Pauta é um podcast quinzenal, com perspectiva de se tornar semanal, que debate temas literários, artísticos, culturais e sociais com profundidade, mas sem pedantismo, inspirado em um programa da BBC, In Our Time, que é apresentado pelo jornalista e escritor inglês Melvyn Bragg. Consentino desempenha a função de mediador do debate, pois cada episódio convida três estudiosos do assunto em questão.

“Nós queremos, sim, falar sobre tudo. Mas quem fala não somos nós, e sim os especialistas que estudaram aqueles assuntos durante toda a vida, com instrumental, repertório conceitual”, argumenta Consentino, que é formado em direito com especialização em filosofia da religião e defende um conceito abrangente de cobertura cultural, não dependente apenas da agenda de lançamentos de entretenimento, mas também contextualizando a história da cultura e “aliando jornalismo e educação”.

O Grande Teatro do Mundo é um site que funciona como repositório de textos clássicos ou canônicos sobre os temas abordados pelos podcasts ou pelo blog, com material de apoio, trechos de obras essenciais, escritos de grandes autores e todo tipo de “fontes primárias que, se não estão sendo, deveriam ser usadas em salas de aula”, na opinião de Consentino. Ele explica que a finalidade desse site, com cerca de uma nova postagem a cada dois dias, é “montar uma grande enciclopédia de temas abordados por especialistas de hoje ou protagonistas das respectivas épocas”.

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O último porém não menos importante tentáculo do tripé do Estado da Arte é o blog, que conta com mais de 20 colaboradores recorrentes, sendo que alguns escrevem com uma periodicidade regular semanal, quinzenal ou mensal, e outros atuam pontualmente. No geral, o blog tem entre um e três novas postagens diariamente, com uma média de 50 textos por mês, analisando não só assuntos do momento, discussões motivadas pelo noticiário, como também temas culturais relevantes e atemporais que podem, porventura, contribuir para a compreensão da atualidade, “fugindo do ambiente ‘caça-clique’ e de guerra ideológica”, segundo Wolf. “Queremos incentivar formadores de opinião dentro dos mais variados nichos da sociedade”, conclui Consentino.

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