
01 de dezembro de 2013 | 02h24
Que é o projeto Metamorphosis?
Uma declaração: "Nada é destruído, tudo é transformado". Ele tem um significado profundo na minha vida, por me permitir brincar mais com o lado artístico da fotografia. Representa mais liberdade, mais força expressiva. Com Metamorphosis me abro para uma forma pura de arte, diferente do trabalho de moda e publicidade que faço - e, admito, também gosto de fazer. Mas é como se Metamorphosis representasse um salto para fora de mim mesmo. Uma transformação, como diz o nome.
Um respiro da fotografia ganha-pão...
Na verdade as duas coisas caminham o tempo todo de mãos dadas, Metamorphosis e a fotografia que faço, digamos, para viver. Porque Metamorphosis vem justamente de meu trabalho comercial: usei sobras de negativos e slides dos trabalhos de moda para realizá-lo. Então eu acho que não é anulação. É o oposto: um inspira o outro.
Essas imagens têm forte carga pictórica. Que pintores te inspiram?
Devo dizer, primeiro, que considero fotografia arte também. E obviamente estou sempre buscando inspiração nos grandes pintores. Caravaggio é meu favorito. Ele está, por exemplo, na minha série de fotografias que chamei Naked Chair (feitas com um fundo preto, uma cadeira e um corpo nu dramaticamente iluminado). Mas aprecio também Matisse, por sua simplicidade, e Modigliani, pela elegância das linhas e proporções.
E quais são as 'tintas' para obter os
resultados de Metamorphosis?
Depois de revelar o filme aplico um coquetel de produtos químicos na emulsão e o deixo descansar por meses. Só isso. Resultados imprevistos, inesperados, transformadores. Não há truque de computador. Sempre me perguntam que químicos são esses. Só posso responder que se trata da minha fórmula secreta da Coca-Cola. Quando ela contar os ingredientes dela, eu conto os meus.
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