'A filosofia seria um antídoto eficaz à excessiva fragmentação disciplinar'

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Por Nílson Machado
Atualização:

A resposta à questão não pode se restringir às alternativas "sim" ou "não", uma vez que as duas disciplinas têm histórias e estatutos muito diferentes. Argumentos similares aos que levaram à inclusão da sociologia poderiam ser utilizados para pleitear a inclusão da psicologia ou da antropologia. Ainda que os objetos de tais disciplinas sejam fundamentais, o currículo não pode acolher diretamente todas as demandas, fragmentando cada vez mais o conhecimento. Tais temáticas deveriam entrar na formação dos alunos do ensino médio de maneira tácita, como elementos integradores, transversais às disciplinas já existentes, como a história, a geografia ou a biologia. O caso da filosofia, no entanto, é de natureza diversa. Ela se situa na origem de todo o conhecimento e sua contribuição é ímpar no sentido de propiciar uma visão integrada dos fatos. A presença da filosofia no currículo constituiria um antídoto eficaz no combate à excessiva fragmentação disciplinar hoje vigente, e poderia trazer consigo elementos de ética, de que, como nunca, carecemos. PROFESSOR DA FACULDADE DE EDUCAÇÃO DA USP

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