
14 de julho de 2013 | 02h10
Pouco tempo depois, em outra viagem para registrar técnicas regionais de construção naval no Maranhão e no Ceará, Marina, ainda aprendiz, revelou um olhar de mestre ao perceber a extraordinária diversidade de estilos, feitios e engenhosidades locais para se fazer barcos - e, deles, sustento.
Entre tantos fotógrafos que embarquei para o sul, poucos souberam tirar tão bom proveito. Marina foi a mais frequente viajante a bordo e, nos últimos dez anos, compreendeu como poucos as possibilidades de uma plataforma versátil e incomum de navegação. No final, ninguém passou mais horas suspenso a 11 andares de altura, no topo dos mastros, ou plantado na ponta das retrancas, tentando capturar imagens novas ou melhores.
Firmeza nuclear
A beleza assustadora de ventos com mais de 100 nós, a fauna, a inusitada flora da região, a diversidade mineral, os encontros, nada lhe escapou. E, entre as dificuldades clássicas que vitimam fotógrafos experientes - lentes condensadas, dedos anestesiados, borrifos de sal e granizo -, nenhuma a impediu de realizar seu intento. A prova são as lindas imagens de seu livro.
* AMYR KLINK É ECONOMISTA E NAVEGADOR. É AUTOR, ENTRE OUTROS LIVROS, DE CEM DIAS ENTRE CÉU E MAR (CIA. DAS LETRAS)
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.