A reação militar: é hora de contarmos a nossa história

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Por Marcelo Godoy
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Chegou a hora de reagir. Essa é a opinião do general Agnaldo Del Nero depois da publicação do livro sobre os mortos e desaparecidos feito pela Secretaria Especial de Direitos Humanos. "É preciso que a verdade venha à tona, pois só eles têm falado." "Eles" são os "comunas". Del Nero era o chefe da Seção de Operações do Centro de Informações do Exército (CIE) quando recebeu a tarefa de coordenar um projeto secreto: o Orvil. O projeto previa a pesquisa nos arquivos militares sobre a luta armada nos anos 60 e 70 para a confecção de um livro - Orvil, aliás, é anagrama de livro. "Quando o Leônidas (Pires Gonçalves, ministro do Exército de José Sarney) assumiu, havia muita mágoa do nosso pessoal porque a esquerda estava falando o que queria e ninguém respondia." Gonçalves deu sinal verde para o projeto. Quando tudo estava pronto, o ministro desistiu. A decisão do governo Lula aumentou , na opinião de Del Nero, o tamanho do problema, e a mágoa dos militares ficou maior. Antes, eles enfrentavam versões de militantes de organizações de esquerda e análises de historiadores. Agora, diz o general, o que era versão virou "história oficial distribuída pelo governo a universidades e bibliotecas com dinheiro público". Depois de passar para a reserva, Del Nero escreveu o seu livro sobre a luta armada: A Grande Mentira, sobre o que chama de três tentativas de tomada de poder feitas pelos comunistas no Brasil - 1935, 1964 e a luta nos 60 e 70. "Os comunas têm o direito de escrever a história deles. Nós devemos fazer a nossa."

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