Além de Obama, relembre dez presidentes que publicaram livros

Não foram poucos os mandatários, do Planalto à Casa Branca, que colocaram suas ideias e memórias no papel

PUBLICIDADE

Por André Cáceres
Atualização:
4 min de leitura

Um dos principais lançamentos editoriais deste mês foi o livro Uma Terra Prometida, do ex-presidente norte-americano Barack Obama. Na obra, ele fala sobre seu período à frente da Casa Branca e recupera memórias de sua vida

O ex-presidente norte-americano Barack Obama durante sua posse Foto: Damon Winter/The New York Times - 20/01/2009

Obama, no entanto, não foi o primeiro presidente a escrever um livro, tanto nos Estados Unidos como no Brasil. Confira abaixo algumas das principais obras escritas por mandatários, do Planalto à Casa Branca, passando pelo Parlamento inglês.

Michel Temer

Pode-se dizer que o ex-presidente Michel Temer é um escritor best-seller: com mais de 20 edições, seu livro Elementos do Direito Constitucional é uma referência para estudantes de direito e já vendeu mais de 300 mil exemplares.

Além de sua obra teórica, Temer também já publicou um livro de poemas, Anônima Intimidade, sem o mesmo sucesso do anterior.

Luiz Inácio Lula da Silva

Continua após a publicidade

Embora tenha afirmado em uma entrevista à revista Playboy em 1979 que não era um grande leitor, o ex-presidente Lula teve uma relevante experiência de escrita em 2013, quando foi colunista mensal do jornal americano The New York Times.

Desde então, após sua condenação e consequente prisão, em 2018 Lula publicou o livro A Verdade Vencerá: O Povo Sabe Por Que me Condenam, no qual expõe seu ponto de vista sobre as acusações feitas a ele. 

O livro consiste em um longo depoimento de Lula aos jornalistas Juca Kfouri e Maria Inês Nassif, ao professor de relações internacionais Gilberto Maringoni e à editora Ivana Jinkings.

Fernando Henrique Cardoso

Antes de ser presidente da República, nos anos 1960, Fernando Henrique Cardoso era sociólogo. Como tal, uma de suas principais obras é Dependência e Desenvolvimento na América Latina, escrita em parceria com o sociólogo chileno Enzo Faletto.

O livro foi publicado originalmente no México, em 1969, e fundou a Teoria da Dependência, que orientou alguns dos estudos econômicos  e sociológicos sobre a América Latina dos anos 1970 em diante. 

Além dessa obra mais teórica, FHC publicou os Diários da Presidência, reunindo em quatro volumes seus diários escritos ao longo dos oito anos de seu governo no Palácio do Planalto. 

Continua após a publicidade

O ex-presidente também publicou outras obras, como Cartas a um Jovem Político, A Arte da Política, Capitalismo e Escravidão no Brasil Meridional, Pensadores que Inventaram o Brasil, Legado para a Juventude Brasileira, Crise e Reinvenção da Política no Brasil, entre outros, e atualmente ocupa a cadeira 36 da Academia Brasileira de Letras.

Fernando Collor

O ex-presidente Fernando Collor publicou, em 2016, o livro Réplica para a História: Uma Catarse, no qual analisa os dois processos de impeachment pelos quais o Brasil passou desde a redemocratização. 

O livro reúne textos e discursos de Collor produzidos desde os anos 1990, falando sobre os processos que culminaram com a saída dele e de Dilma Rousseff da presidência do Brasil.

José Sarney

Antes mesmo de se tornar presidente da República, em 1985, José Sarney já era imortal: pelo menos para a Academia Brasileira de Letras, onde ocupa a cadeira 38 desde 1980. 

Sarney iniciou sua carreira como poeta ainda nos anos 1950, publicando A Canção Inicial. Em 1969, publicou o volume de contos Norte das Águas, e, em 1978, sua principal obra, o livro de poemas Marimbondos de Fogo.

Continua após a publicidade

Desde então, Sarney publicou quatro romances e prepara mais um, O Solar dos Tarquínios, além de ter escrito diversos livros de poemas, contos e crônicas.

Juscelino Kubitschek 

O presidente que fundou Brasília narrou sua trajetória em livro na trilogia Meu Caminho Para Brasília, que compreende os volumes 50 Anos em 5, A Escalada Política e A Experiência da Humildade.

Juscelino Kubitschek publicou ainda os livros Por Que Construí Brasília e A Marcha do Amanhecer, além de ter reunido discursos seus em formato de livro.

Joe Biden

O presidente-eleito dos Estados Unidos Joe Biden ainda era vice-presidente na gestão de Barack Obama quando escreveu Promessa de Pai, livro publicado no Brasil em 2020, à luz das eleições que o levaram à Casa Branca novamente, agora como presidente.

Em 2014, o filho mais velho de Joe e Jill Biden, Beau, foi diagnosticado com um tumor maligno no cérebro. Em Promessa de Pai, Biden narra os acontecimentos do ano seguinte, em que ele se dividiu para conciliar as tarefas da vice-presidência e os cuidados do filho moribundo.

Continua após a publicidade

Donald Trump

Antes de entrar na política, o atual mandatário dos Estados Unidos era um magnata bem-sucedido no mundo dos negócios, e publicou diversos livros sobre esse universo corporativo. O principal deles, A Arte da Negociação, de 1987, se tornou por muitos anos uma espécie de guia de autoajuda para profissionais.

Nessa mesma toada, Trump publicou, ao longo dos anos 1990 e 2000, os livros Surviving at the Top, The Art of the Comeback, The America We Deserve, Pense Como um Milionário, A Arte de Enriquecer, Pense Grande nos Negócios e na Vida e Nós Queremos que Você Fique Rico, este último em parceria com o best-seller da autoajuda Robert Kiyosaki, autor do clássico Pai Rico, Pai Pobre.

Bill Clinton

Embora a quantidade de presidentes dos Estados Unidos que já se aventuraram nas páginas seja grande, o ex-presidente americano Bill Clinton se distingue por ser um dos poucos que o fez no terreno da ficção.

Seu livro de memórias Minha Vida, publicado em 2004, naturalmente recebeu grande atenção pelo fato de ter sido escrito por um antigo ocupante do Salão Oval, mas foi apenas em 2018 e em parceria com James Patterson que Clinton lançou o suspense O Dia em que o Presidente Desapareceu, usando seu conhecimento do cargo e a expertise literária de Patterson.

Winston Churchill

Continua após a publicidade

Primeiro-ministro da Inglaterra durante a 2ª Guerra Mundial, Winston Churchill foi reconhecidamente um homem de letras -- característica ressaltada no filme O Destino de uma Nação, que enfatiza sua característica de orador. Não por acaso, em 1895 Churchill se tornou correspondente de guerra, observando o conflito de independência de Cuba para o jornal The Daily Graphic.

Churchill foi autor de obras de história, como The World Crisis, na qual analisa a 1ª Guerra Mundial; de autobiografias, como My Early Life; e até mesmo de livros de ficção, como Savrola e The Dream. O conjunto de sua obra lhe rendeu o Nobel de Literatura em 1953.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.