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Eis a depuração?

Com desligamentos, o partido faz de conta que continua sendo o mesmo para ser o oposto

Por José de Souza Martins
Atualização:

.A saída de Marina Silva do PT amplia o elenco das perdas identitárias que vêm drenando de seus quadros algumas de suas figuras mais emblemáticas: Luiza Erundina, Cristovam Buarque, Heloísa Helena. Na sua diversidade, são nomes expressivos na relação do partido com setores moralmente sensíveis da sociedade brasileira. Faces visíveis de alguns dos grandes eleitores ocultos, decisivos na trajetória de qualquer partido político. O PT é uma frente partidária que vem se estreitando. Nasceu como coalisão de tendências políticas e sociais de perfis muito desencontrados. Nasceu dos descontentamentos residuais em relação a partidos e tendências, de esquerda e conservadores. O PT se constituiu numa organização partidária fracionada mas articulada, em cujo interior podem ser identificadas duas grandes facções, que são as protagonistas de sua dinâmica e de sua crise atual. De um lado, a facção do poder, dos que, em linhas gerais, procedem da esquerda convencional e do aparelho sindical. De outro lado, a facção religiosa que, mesmo tentada pelo demônio do poder, só tem legitimidade quando expressa o profetismo cristão, particularmente o católico, tão forte em nossa cultura popular.

 

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