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Estante: O cinema visto por Godard ao 'Livro dos Amigos'

Quinzenalmente, a equipe do 'Aliás' recomenda cinco lançamentos do mercado editorial

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Por Antonio Gonçalves Filho
Atualização:

O livro dos amigos  Autor: Hugo von Hofmannsthal Editora: Âyiné 120 págs., R$ 69,90 Celebrando a marca de cem títulos publicados, a editora Âyiné lança uma nova tradução de O Livro dos Amigos  (a Assírio Alvim publicou uma edição da obra em 2002), fundamental para entender o pensamento do escritor e dramaturgo austríaco Hugo von Hoffmannstahl (1874-1929). Escrito para um grupo de amigos, o livro vem numa embalagem caprichada (capa dura e fitilho). Colaborador do compositor Richard Strauss, Hofmannstahl reúne em seu livro fragmentos de obras de Goethe, Balzac, Novalis e outros autores, além de reflexões sobre música (“ela transforma o tempo em espaço”) e pintura (textos sobre Cézanne e Delacroix).

Cena de 'Redoubtable',o novo filme do Michel Hazanavicius, sobre Godard Foto: Festival de Cannes

História(s) do Cinema  Autor: Jean-Luc Godard Editora: Círculo de Poesia 192 págs., R$ 53,70 Não se trata propriamente de uma história do cinema, mas de um longo poema do cineasta franco-suíço Jean Luc-Godard, que filmou, entre 1988 e 1998, uma produção com oito episódios (com o mesmo título do livro, Histórias do Cinema) que o cineasta-escritor refletia sobre a genealogia da imagem cinematográfica, partindo a história da pintura para chegar ao cinema autoral de contemporâneos como Hitchcock. Aos 92 anos, Godard é um dos poucos sobrevivente da nouvelle vague francesa e assinou filmes hoje rfeferenciais como Pierrot Le Fou e Viver a Vida.

Selvagens. Gabriel Miziara e Helô Cintra reinventam a solidão Foto: ANDREI MACHADO

Elogio à Solidão  Autor: Stephen Batchelor Editora: Gryphus184 págs., R$ 45,12 A solidão não é uma condição, mas uma prática de vida necessária em tempos de redes sociais. É o que pensa o professor Stephen Batchelor, autor de Elogio à Solidão, um livro original que conta sua luta interior com o budismo e rememora sua experiência com a filosofia do Oriente que o levou, em 1993, a escrever seu primeiro livro, Solitário com os Outros: uma Abordagem Existencial do Budismo. O primeiro exemplo de solidão criativa que Bathelor cita no livro é Montaigne, que abandonou o cargo do Parlamento de Bordeaux para viver numa torre. O segundo é a própria trajetória.Heróis da Fronteira Autor: Dave Eggers Editora: Companhia das Letras 416 págs., R$ 119,90 Conhecido pelo best-seller O Círculo, além de Os Monstros (versão romanceada do filme Onde Vivem os Monstros), o norte-americano Dave Eggers publicou há seis anos, nos EUA, o romance Heróis da Fronteira, agora traduzido por Rubens Figueiredo. É a história comovente de uma dentista que perde seu consultório e coloca o trailer na estrada com dois filhos, partindo para o Alasca. Um retrato por vezes humorado, mas crítico, da disfuncional família americana.

James Joyce e seu neto Stephen James em 1934 Foto: Bettmann/Corbis

Finnegans Rivolta Organização: Dirce Waltrick do Amarante 720 págs., R$ 99 Editora: Iluminuras Em 2016, a escritora e tradutora Dirce Waltrick do Amarante reuniu um grupo de intelectuais para empreender uma tradução coletiva do romance Finnegans Wake (1939, do irlandês James Joyce. Cada tradutor ficou responsável por um ou mais capítulos do livro. Desnecessário dizer que o resultado (mais de 700 páginas) reflete a formação e as escolhas de cada um desses convidados, do antropólogo Sérgio Medeiros, que traduziu visualmente o livro, à professora de russo Aurora Bernardini. Um exercício de fôlego. E audácia.

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