'Gosto da literatura ganhando as ruas. A prima esquecida e pobre das artes agradece'

Carta aberta a João Sayad, secretário de Estado da Cultura

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Por Marcelino Freire e escritor
Atualização:

Hoje, domingo, estamos no último dia da primeira edição do Festival da Mantiqueira - Diálogos com a Literatura. Na simpática e miúda cidade de São Francisco Xavier estiveram Alice Ruiz, Marçal Aquino, Marcelo Rubens Paiva, Milton Hatoum, Zuenir Ventura. Passearam centenas de antigos e futuros leitores. Gosto dessa literatura ganhando as ruas. Quanto mais festas e raves e festivais e bienais, mais a prima esquecida e pobre das artes agradece. E louva a Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo pela empreitada, pela inovadora força de fazer circular idéias. Prezado secretário, quantas outras coisas boas poderiam ser feitas em prol dos livros! Há um tempo, participei do Movimento Literatura Urgente, que propõe jornadas literárias, intercâmbios, circulação de escritores por universidades, bolsas de criação. Dê uma olhada e discuta nosso documento (zonafantasma.sites.uol.com.br/mlu.html), assinado, em 2005, por quase 200 escritores. Com a vontade com que foi feito o Festival da Mantiqueira - inclusive com o anúncio do bem-vindo e pomposo Prêmio São Paulo de Literatura - acredito que não será difícil a concretização de nossas propostas e esperanças "mínimas". São eventos como este, e como a Flip, a Flap, a Rave Literária, a Jornada de Passo Fundo, a Balada Literária, o Sarau da Cooperifa, que trazem gás e graça à literatura. São espaços como a Casa das Rosas e a Biblioteca Alceu Amoroso Lima, por exemplo, que nos encorajam a prosseguir com esta árdua batalha para que mais pessoas descubram quão pulsante pode ser o mundo das letras. Por um momento, tive a impressão de não estarmos tão isolados na Mantiqueira.

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