Iniciação à barbárie

Soberba intelectual de certos professores pode levar ao sadomasoquismo de universitários no trote

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Por Antônio A. S. Zuin
Atualização:

"É preciso começar por deixar de ser professor para poder sê-lo." (Jean-Pierre Vernant, Entre Mito e Política) As cenas das barbáries cometidas nos trotes realizados nas universidades brasileiras novamente se repetem e parecem competir entre si com o escopo de captar nossa atenção. No momento, a que mais se destaca é a do calouro do curso de veterinária da Universidade Camilo Castelo Branco, em Fernandópolis (SP), que teve as roupas rasgadas e foi hospitalizado por ter ingerido álcool combustível diante do riso sádico de seus veteranos. Mas, certamente, outras atrocidades mais chocantes acontecerão e, possivelmente, serão capazes de, digamos, lubrificar as engrenagens de nossa sensibilidade entorpecida para que possamos degustá-las no YouTube, nem que seja por pouco tempo.

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RECEPÇÃO DO MEDO - Calouros com os cabelos tosados no primeiro dia de aula: os veteranos se consideram portadores de tamanha cultura a ponto de poder 'civilizar' os novatos. Foto: Marcelo Hide/AE

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