Paulo Bernardi Junior ESPECIALISTA EM GESTÃO AMBIENTAL PELA USP É louvável, porém insuficiente, o esforço que a Cetesb vem fazendo para melhorar as emissões de veículos movidos a diesel. Esse esforço surtiria melhor efeito se os responsáveis pelo transporte de carga fossem duramente responsabilizados por piorar, em muito, a já ruim qualidade do ar da cidade de São Paulo. Muitos são os atores dessa triste trama com clima de Deserto do Saara que a capital vive quando o inverno é mais seco que o normal. Em primeiro lugar está o governo, com sua costumeira lentidão nas tomadas de decisões, somadas às ações sem planejamento de longo prazo, além da ausência de obras para sanar a falta crônica de transporte coletivo de qualidade. Em segundo lugar, os órgãos de fiscalização, que lutam para cumprir sua função em uma metrópole como São Paulo e sempre estão correndo atrás do prejuízo ambiental em busca de mais recursos para trabalhar. Os empresários também exercem um papel fundamental, porque insistem em não pôr o meio ambiente como um fator importante na prestação de seu serviço; além da própria população, que se cala e aceita viver em um ambiente no qual de crianças a idosos com problemas respiratórios sofrem durante o período do inverno e fazem a "dança da chuva" para a situação melhorar. E, finalmente, mas da maior importância, a educação ambiental, que ainda é falha num país de muitas outras falhas quando o assunto é educação.