O voo cego do Parlamento brasileiro

Enquanto a farra aérea corre solta, 1/3 dos brasileiros acha que a democracia funcionaria sem o Congresso

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Por Ivan Marsiglia
Atualização:

O bombardeio começou no castelinho de R$ 25 milhões do deputado Edmar Moreira. Logo, atingiu a mansão de R$ 5 milhões do diretor-geral do Senado, Agaciel Maia. Mirou, então, na filha do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que trabalhava em casa para o gabinete de um senador. Gerson Camata chorou quando a casa caiu, por ele ter acumulado imóvel próprio e auxílio moradia. E o petista Tião Viana ouviu estrondos por emprestar o celular pago pelo Senado para a filha usar no México. Então os aviões tomaram os céus, na farra das passagens aéreas bancadas pelo erário público para amigos, familiares, agregados e namoradas de parlamentares. Sobrou até para fiéis combatentes na trincheira da ética na casa, como o deputado Fernando Gabeira e o falecido senador Jefferson Peres - este, sem culpa nenhuma.

 

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