Obra inacabada de Da Vinci é restaurada após seis anos

'Adoração dos Magos' é uma das telas mais misteriosas do pintor renascentistas e está novamente em exposição na galeria Uffizi

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Por Francesco Fedeli e Nicole Winfield
Atualização:
'Adoração dos Magos' (1481), de Leonardo Da Vinci, foi restaurada durante seis anos e retornou à galeria Uffizi, em Florença, na Itália Foto: Maurizio Degl' Innocenti/EFE

A obra-prima inacabada Adoração dos Magos, de Leonardo da Vinci, ressurgiu de uma restauração que durou seis anos mais limpa, brilhante e com uma profundidade que não havia sido vista por séculos. 

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Oficiais da galeria Uffizi, de Florença, revelaram o trabalho restaurado em uma cerimônia nesta segunda, 27, que vai inaugurar uma exibição especial que deve ocorrer até setembro colocando o trabalho de Leonardo ao lado de Adoração, de Filippo Lippi.

“Esse é um resgate espetacular dessa tão importante pintura de Leonardo”, disse Eike Schmidt, diretor da Uffizi. Enquanto Mona Lisa e A Última Ceia, de Leonardo, são talvez mais bem apreciadas, a Adoração “sempre foi o mais misterioso trabalho porque estava coberto com camadas escuras de sujeira e tinta”.

Leonardo pintou o óleo sobre madeira grande, quase quadrado, entre 1481 e 1482, mas o deixou inacabado após ir de Florença para Milão. Ele havia sido encomendado por monges agostinianos para a igreja de San Donato de Scopeto, em Florença, mas a obra acabou na coleção da família Medici. 

A restauração de 'Adoração dos Magos' durou seis anos Foto: Maurizio Degl' Innocenti/EFE

A restauração foi realizada por uma equipe no Opificio delle Pietre Dure, um instituto de pesquisa e conservação do Ministério da Cultura italiano.

O diretor do instituto, Marco Ciatti, disse que materiais não-originais haviam alterado a paleta de cores, luzes e sombras do trabalho, reduzindo sua percepção de profundidade. Além disso, havia duas grandes rachaduras nas tábuas de madeira que poderiam ter causado dano à obra. 

Especialistas disseram que a restauração descobriu uma inédita lucidez e profundidade na obra, com figuras previamente ocultas agora aparentes e uma vivacidade de ação desvendada. 

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“Essa é uma pintura extremamente cinematográfica, na verdade, e se mostrou dessa forma graças à limpeza”, disse Schmidt. “Com essa pintura, temos realmente um novo olhar para a mente de Leonardo da Vinci”. 

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