11 de julho de 2009 | 23h43
Ana Cristina Duarte
OBSTETRIZ, AUTORA DE PARTO NORMAL OU CESÁREA? O QUE TODA MULHER DEVE SABER (E HOMEM TAMBÉM)
Há tempos ouvimos falar da necessidade de atenção à saúde no Rio de Janeiro, incluindo aquela relacionada às gestantes. Se por um lado as mulheres da classe média são praticamente forçadas em direção às cômodas cesarianas agendadas, que chegam a 95% nos hospitais privados, as gestantes carentes são obrigadas a peregrinar por vários serviços, sendo por fim forçadas a dar à luz em uma maternidade superlotada, sem direito a um cuidado humanizado e sensível.
Recentemente soubemos de mais um caso envolvendo médicos do Rio, onde duas gestantes em situação limite foram marcadas no braço para procurarem transporte público e outra maternidade onde pudessem ser atendidas.
O que quero saber, enquanto usuária, mãe, obstetriz e educadora, é o que o Cremerj fez até hoje em função desses escândalos. Eu sei o que o ele tem feito contra as enfermeiras e a Casa de Parto do Realengo, uma das únicas ilhas de humanização dentro do complexo de atenção à gestante carioca. Eu sei quantas reuniões, campanhas, denúncias, artigos, protestos, etc. ele tem feito desde que a Casa de Parto foi inaugurada, porque lá não existem médicos.
Mas por que o Cremerj não se mobiliza com a mesma ferocidade contra seus corporados? Quantas maternidades foram fechadas pela Anvisa a pedido do Cremerj por falta de condições? E as maternidades privadas, quantas tiveram que responder por seus 95% de cesarianas? Lamento, mas não dá para levar a sério uma instituição que age tão escancaradamente em função do corporativismo.
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