
21 de julho de 2013 | 02h22
Há tempos você se dedica a fotografar o País. Desta vez, por que o litoral?
Esse livro faz parte de um projeto maior. É a série Brasil, que no futuro pretendo publicar como Viagens à Minha Terra. Seria um "inventário" fotográfico, principalmente das regiões isoladas e dos povos esquecidos do País. Quero mostrar diferenças geográficas e culturais presentes no nosso imenso território. Assim, o projeto contempla sete iniciativas. Publiquei Brasil Natural e estou prestes a lançar Brasil Litoral. Depois virão outros cinco livros.
Como idealizou e realizou esse novo livro?
Quis mostrar regiões desconhecidas - ou um olhar diferente sobre regiões já conhecidas. Pesquisei cartas de navegadores antigos para saber como eles imaginavam esse Brasil que estava sendo descoberto. O que Cabral e Américo Vespúcio viram, o que admiraram? Isto é, minha ideia não era mostrar simplesmente a linha da praia, mas o que esses navegadores imaginavam existir atrás dessas linhas. Assim, Brasil Litoral é uma viagem de redescoberta, em sete pontos: Costa do Cacau (BA), Costa do Sal (RN), Costa Verde (SP e RJ), Delta do Parnaíba (PI e MA), Foz do Rio São Francisco (AL e SE), Lagamar (PR e SP) e Reentrâncias Maranhenses (MA).
De onde vem esse gosto por expedições?
Na minha infância, passava férias no interior, em cidades pequenas e fazendas perdidas. Saía para pescar com meu pai, andando de bicicleta por lugares onde carros nem passavam. Para mim, essas férias eram como expedições. Aí vieram influências como Monteiro Lobato e o pó de pirlimpimpim, os documentários da BBC e da National Geographic. Como jornalista, rodei mais de 80 países. Depois de tantas viagens, pensei: "Legal, conheci o mundo. Agora quero fazer o que queria quando era criança. Quero explorar minha terra".
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